terça-feira, 4 de agosto de 2009

Organizando uma área de e-learning

Atendendo a pedidos, escrevo aqui uma opinião pessoal sobre como organizar uma área de e-learning para atender demandas de empresas e quem são as pessoas que compõem a equipe. Para entender quem são os envolvidos, explicitarei o que é necessário para se desenvolver um curso.

Assim como no treinamento presencial, é necessário entender qual é a expectativa do cliente, seja ele interno ou externo, e principalmente qual é a necessidade do treinamento. Tudo gira em torno dessas preciosas informações que nortearão toda a produção. E se alguma informação for modificada no Levantamento de Necessidades do Treinamento (LNT) durante o processo de produção? Dependendo de sua relevância e da etapa em que se encontra na produção, tudo pode ser perdido. Por isso, o briefing que a área de e-learning recebe deve possuir o máximo de informações detalhadas, a fim de que não haja mal entendidos ou dúbias interpretações.

A pessoa que recebe e interpreta as informações contidas na LNT e define a metodologia mais adequada para o treinamento é o Designer Instrucional, comumente chamado de DI. Este profissional é responsável pelo contato com o cliente para melhor alinhamento de ideias, pela elaboração de cronograma com as etapas do processo, pela definição de estratégias de aprendizagem e adaptação da linguagem para a modalidade a distância. Além disso, sugiro que o DI tenha uma visão geral sobre o curso - que chamamos de projeto - e seu processo, fazendo a interface com os demais profissionais envolvidos na produção do treinamento.

Para todo e qualquer curso, é necessário ter o conteúdo em mãos para começar a produção. Desta forma, o Conteudista caracteriza-se como o especialista no assunto e escreverá de forma detalhada os assuntos mais importantes sobre aquele conteúdo que será transformado em e-learning.

Ao receber o conteúdo, o DI o trabalhará de forma didática. Inicialmente, é feita uma proposta pedagógica, onde constam os objetivos gerais e específicos, a sequência lógica do conteúdo (incluindo divisões por módulos e aulas), a carga horária total e a carga horária para cada assunto tratado. Além disso, é necessário indicar a proposta gráfica do curso, ou seja, descrever de forma simplificada como o assunto será trabalhado (por meio de história, tutor, etc), assim como cenários e personagens. Após o alinhamento da proposta pedagógica com a equipe de produção e cliente, dá-se início ao desenvolvimento do Storyboard. Este é o momento em que se trabalha a linguagem do conteúdo junto à proposta gráfica definida. É geralmente desenvolvido em power point e pode ser definido como um “rascunho” do curso, considerando-se que não é priorizado o aspecto visual e contém orientações para a equipe de produção. Em outro momento, escreverei sobre estes processos mais especificamente.

Após a validação do Storyboard, preferencialmente feita pelo conteudista ou outro especialista no assunto, começa o processo de ilustração. Nesta etapa, os personagens, o layout e os cenários do Storyboard ganham cores e formas. É um trabalho minucioso realizado por ilustradores, que definem os melhores estilos de desenho de acordo com as expectativas do cliente ou com o assunto abordado.

Em seguida, as ilustrações passarão para o Webdesigner, responsável pela montagem e diagramação das telas em flash de acordo com o Storyboard. Além disso, este profissional realiza as adaptações visuais necessárias para harmonia do curso.

Por fim, o Programador flash insere as animações e interatividades no curso. Nesta fase, devem ser observadas as especificações técnicas da empresa de acordo com seu suporte tecnológico. Porém, o DI deve estar atento às especificações ainda no desenvolvimento da proposta pedagógica e do storyboard.

Após todo esse processo, é necessário que o curso passe pela fase de homologação. O ideal é que se tenha uma equipe específica para isso, a fim de verificar se o curso está de acordo com o storyboard, com as especificações técnicas e, acima de tudo, verificar o funcionamento e navegação do curso no LMS (Learning Management System).

Para distribuir as demandas e ter um olhar macro sobre o funcionamento da área de e-learning, é imprescindível ter um especialista da área, como um coordenador de e-learning, por exemplo.

Bem, o tema é extenso e a composição das equipes de e-learning varia de acordo com o negócio e visão comercial de cada empresa. O que está aqui escrito não é uma opinião fechada e engessada, mas sim aberta a outras opiniões. O que descrevo aqui contém uma parte do processo que tenho na empresa onde trabalho, somada a algumas sugestões para aperfeiçoamento, que considero como ideais e necessárias!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Os treinamentos para Força de Vendas

Após trabalhar em treinamentos na área de telecomunicações, a mesma pergunta soa para mim todos os dias: como oferecer atualização contínua à força de vendas, num curto espaço de tempo?

Todos sabemos que a palavra “vendas” está atrelada à palavra “concorrência” e, juntando as duas, a única coisa que não se pode perder é “tempo”.

A todo tempo, a concorrencia lança produtos e soluçoes novos, assim como a própria empresa do treinando. Isso gera uma grande demanda de treinamentos com uma carga horária reduzida, pois há de se treinar várias turmas, simultaneamente, em muitas localidades. A relação Demanda X Espaço X Tempo é humanamente impossível de se resolver e, para isso, temos o total apoio da tecnologia! :D

A necessidade da Força de Vendas (FV) consiste em melhorar sua performance profissional, conhecendo mais especificamente os produtos e soluções que vende diariamente, argumentando mais e atendendo melhor o cliente. receber um treinamento especialmente planejado com metodologias, modalidades de ensino e estratégias pedagógicas mescladas e, sobretudo, uma avaliação que englobasse todo esse planejamento e produzisse um resultado unificado ao final. Digo unificado não no sentido de simplicidade de informações, mas sim na presença de diversas variáveis num mesmo documento que apontem o real resultado.

Numa possivel adequação de estratégias, os instrutores são de suma importância para o sucesso da proposta, pois convivem e conhecem a realidade dos vendedores, podendo incentivá-los a aderir com maior facilidade e, também, ajudando os analistas e especialistas a propor da melhor forma essas estratégias. Além disso, os instrutores precisam saber utilizar ou manusear as tecnologias e os materiais didáticos novos.

Muitos materiais didáticos podem e devem ser aproveitados, com a ressalva de adaptação de acordo com o objetivo e estratégia.

A resposta para a pergunta inicial é: temos que sair da nossa “zona de conforto” e ousar mais na área se treinamento, pois a inovação é o primeiro passo para a evolução de toda e qualquer empresa!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Pedagogo, as Modalidades de Ensino e o Mercado Corporativo

Ao conversar com pessoas que estão à parte do mundo de treinamento e da educação andragógica, é comum ouvir a pergunta: “o que um pedagogo faz numa empresa?”. Isso é tão comum que já até me acostumei a responder!

O pedagogo atua em duas modalidades de ensino, presencial e a distância, tanto em ambientes escolares quanto não escolares. Trazendo essa simples realidade para o complexo mundo corporativo, esse profissional tem sido bastante cogitado para cargos de Analista de Treinamento, Analista de Treinamento e Desenvolvimento, Especialista em Didática, Coordenador Pedagógico, Designer Instrucional, Tutor, dentre inúmeros outros.

Em janeiro deste ano, fiz algumas entrevistas de emprego aqui em São Paulo, Capital, para trabalhar em ambas modalidades e percebi que para a área de treinamento presencial há muitos profissionais competentes e especializados, geralmente, em Gestão de Pessoas ou Pedagogia Empresarial.

Além do amplo conhecimento adquirido, os pedagogos também se deparam com profissionais formados em diversos cursos para os cargos da área de treinamento, como administradores, psicólogos e licenciados em letras, em sua maioria. Mas, na área do conhecimento, acredito que os pedagogos têm preferência.

Com tantos profissionais se especializando e adquirindo maior experiência na modalidade de treinamento presencial, a educação a distância carece de profissionais experientes. Com absoluta certeza, já há muitos bons e “conhecedores” profissionais no mercado, porém esta modalidade cresce exponencialmente e os profissionais, ainda, não acompanham este crescimento.

Numa das entrevistas para o cargo de Designer Instrucional, ouvi do coordenador da área: Um Designer Instrucional não fica desempregado, pois há tão poucos no mercado que as empresas fazem ofertas melhores. Eu concordo com a colocação e acrescento que quanto antes o profissional se especializar e adquirir experiência em uma ou mais empresas, melhor! E melhor ainda, eu diria por experiência própria, é trabalhar no ramo de Consultoria, no qual se atende diferentes realidades de diversas corporações, possibilitando uma visão mais global do mercado e estreitando as relações interpessoais, habilidade essencial no treinamento.

Ser designer instrucional, para mim, é a possibilidade de fluir a criatividade em parceria com diversos profissionais (gestores, designers gráficos, ilustradores, programadores, outros designers instrucionais, etc) em prol da facilitação da aprendizagem, utilizando e inovando as metodologias e propondo novos instrumentos pedagógicos para o mundo digital.

E a pergunta que não quer calar: “A EAD nasce para substituir o ensino presencial?”
Acredito que utilizar as duas modalidades de forma integrada e complementar, de acordo com cada particular necessidade, caracteriza-se como uma mudança cultural difícil, mas não impossível de ser alcançada!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Desenvolver-se para Desenvolver!

É, de certa forma, intrigante pensar que não atualizo este blog há quase 10 meses. Então estou aqui para dividir uma experiência na área de treinamento que não é vista e nem contada, é simplesmente sentida!

O ano de 2008 foi marcado por uma série de acontecimentos e grandes mudanças na minha vida... mudei de cidade, Estado, estado civil, emprego, função e, profissionalmente falando, hoje vejo que a principal mudança foi quanto aos colegas de trabalho.

Você pode estar se perguntando... mas com tantas mudanças, por que ressaltar, como principal, os colegas de trabalho?

Bem, eu penso que a aprendizagem para a vida profissional acontece de duas maneiras: quando eu quero e quando outros se dispõem a me ajudar. E querer é muito fácil, pois depende só da gente! A parte difícil é encontrar pessoas que tenham plena consciência de que o desenvolvimento delas depende do seu. Complicado? Na verdade, é bem simples, pois tudo isso pode ser resumido na palavra EQUIPE!

E sim, eu posso dizer que trabalhei com uma grande equipe no ano de 2008. Pessoas que sem dúvida fizeram todo o trabalho acontecer da melhor forma possível! Cada um com seu jeito e competências diferentes, mostrou-me que antes de promover treinamentos para desenvolver pessoas, é necessário ter uma visão 360º da riqueza intelectual das pessoas que te cercam.
É necessário compartilhar Minhas idéias para que as NOSSAS idéias sejam melhores!
É necessário oferecer e pedir ajuda quando há excesso de demandas!
É necessário virar a noite trabalhando para descobrir que alguns colegas são simplesmente indispensáveis!
É necessário sentir aquele frio na barriga antes de um alinhamento com instrutores ou mesmo uma reunião com o cliente pra ouvir alguém te dizendo que acredita na sua competência.
É necessário reinventar dinâmicas e formas de expor o conteúdo para descobrir como é divertido fazer o que se gosta.
É necessário almoçar com a equipe para descontrair e desestressar.

E infelizmente é necessário receber a notícia de que acabou o contrato com o nosso Projeto para valorizar ainda mais a companhia dessas pessoas que, enquanto eu escrevo este Post, combinam vários encontros para se despedir!

Então aqui vai uma dica: desfrute mais e melhor da companhia dos seus colegas de trabalho, pois eles passam a maior parte do seu tempo com você. Mais do que isso, aprenda com eles e ensine-os o que sabe, pois nada é mais gratificante do que sentir-se útil para ensinar e determinado para aprender! E esse é o real sentido da Educação e, conseqüentemente, do Treinamento que desenvolvemos!

...espero que esta história não tenha um ponto final, e neste caso as reticências são as mais recomendadas para o “fim” do texto...