quinta-feira, 24 de abril de 2008

Estudo Dirigido Colaborativo

Por que pensar somente numa forma solitária de estudo, enquanto o foco da educação se dá na cooperação?


Esta foi a pergunta que me fiz ao analisar a forma de Estudo Dirigido cultivada na empresa onde trabalho. Não que seja errado utilizar o ED (Estudo Dirigido) de forma individual na educação, mas em certos momentos é preciso inovar e pensar mais à frente, adequando os recursos didáticos à dinâmica vivida no trabalho, principalmente quando se trata de educação corporativa.

A idéia proposta aqui foi pensada dentro da realidade da empresa onde trabalho, pois o público-alvo está 100% do tempo em contato com clientes, exigindo um conhecimento macro e, ao mesmo tempo, minucioso, dos conteúdos, assim como argumentos de venda convincentes.

O desenvolvimento das habilidades técnicas se torna alcançável através da colaboração, das relações interpessoais com os colegas de trabalho e intercâmbio de idéias, sempre argumentando a favor de suas convicções, prezando também pela flexibilidade de ouvir, entender e respeitar diversos pontos de vista. O Estudo Dirigido Colaborativo surge neste contexto, podendo ser conduzido da seguinte forma:

É elaborado um material didático de apoio sobre o assunto em questão, em formato de texto, de forma a oferecer ao aprendente informações completas sobre determinado conteúdo. O treinando recebe também uma Lista de Questões, e estas direcionam o Estudo do material, com o objetivo de enriquecer a aprendizagem e fixar os conteúdos, pois o treinando deverá responder às questões com suas próprias palavras, com base no material de apoio. Neste primeiro momento, ED é realizado individualmente.

O instrutor, então, forma grupos com 3 pessoas, para que estas possam ler e discutir sobre o ED de cada colega. De forma colaborativa, o conhecimento sobre determinado assunto é compartilhado e nivelado no grupo, possibilitando aos treinandos maior capacidade de argumentação.

Por último, o grupo ficaria responsável por elaborar um pequeno relatório para o instrutor, explicitando as conclusões e comentários pessoais do grupo durante o Estudo Dirigido Colaborativo.

Percebe-se certa aversão às propostas de avaliação tradicionais, e por que não propor que os próprios treinandos sejam os responsáveis pela correção e construção do conhecimento em conjunto, reforçando as habilidades de trabalho em equipe?

A idéia de aprendizagem colaborativa está cada vez mais em foco no ensino a distância, justamente pela motivação que desperta nos alunos. É interessante “casar” metodologias de modalidades de ensino diferentes, para sair do gesso educativo do ensino presencial.

Propus aqui uma atividade semi-presencial, que pode ser readequada de inúmeras maneiras nos diferentes contextos de ensino e isto é, para mim, o grande desafio da educação atualmente!