Antigamente, pensava-se que “ensinar” era sinônimo de transmitir informações ou de estimular o aparecimento de determinadas condutas. Nesse contexto, a tarefa do professor consistia em assegurar o cumprimento dos objetivos, servindo de apoio ao programa do que chamavam de "educação a distância". No mundo globalizado, a mera transmissão de informações já não é mais suficiente para os alunos, pois eles necessitam ampliar seus conhecimentos e discutir suas opiniões para desenvolver-se nas esferas acadêmica e empresarial.
Para que um curso seja veiculado a distância e mediado pelas novas tecnologias, é preciso contar com uma infra-estrutura organizacional complexa – técnica, pedagógica e administrativa. O ensino a distância requer a formação do docente que trabalhará para desenvolver cada curso, e definir a natureza do ambiente online em que será criado.
A inserção das tecnologias na educação abre espaço para uma aprendizagem mais dinâmica e, consequentemente, menos cansativa, comparada às predominantes exposições teóricas, tornando-a mais eficaz a partir do momento que se adapta aos atuais costumes da sociedade. Mas isso depende de uma metodologia específica dentro de uma pedagogia focada no aluno com uma visão voltada para as tecnologias digitais.
Nos ambientes virtuais, os contextos educacionais assumem um valor especial, que requerem do professor uma análise fluida, rica e flexível de cada situação, a fim de trabalhar apoiar e direcionar o planejamento instrucional do docente. Para embasar um pouco mais essas ideias, recorri à opinião de alguns autores, como indicado a seguir.
Referindo-se aos novos comportamentos que os professores devem adotar no ensino via internet, Peters (2003) afirma que se deve planejar cuidadosamente e com antecedência os cursos e as metodologias que serão utilizadas, manter-se informado e consciente de todo o processo de ensino-aprendizagem e obter dados relevantes para o processo avaliativo. Acima de tudo, os docentes devem ser capazes de refletir sobre o modo especial de se ensinar a distância, tendo-se conhecimento das diferenças entre o ensino presencial e o on-line.
Para Moran (2003), “com a educação on-line os papéis do professor se multiplicam, diferenciam e complementam, exigindo uma grande capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações, propostas, atividades”. O docente não pode contentar-se com somente uma ferramenta tecnológica, pois “a todo momento surgem soluções novas e que podem facilitar o trabalho pedagógico com os alunos”. Depreende-se a grande necessidade de que o professor crie estratégias pra atualizar, capacitar, formar e acompanhar alunos online na utilização das novas ferramentas disponíveis no ambiente on-line, assim como explorá-las de forma didática e estratégica ao promover a gestão do conhecimento e a interação.
Para Niskier (1999), o professor que atua na EAD reúne as qualidades de um planejador, pedagogo, comunicador, e técnico de Informática. Participa na produção dos materiais, seleciona os meios mais adequados para sua multiplicação, e mantém uma avaliação permanente a fim de aperfeiçoar o próprio sistema. Nesta modalidade de ensino, o educador tenta prever as possíveis dificuldades, buscando se antecipar aos alunos na sua solução.
Neste sentido, o professor do ensino a distância deve ser valorizado e, ao mesmo tempo, se valorizar, pois sua responsabilidade envolve o sucesso do aluno ao promover o conhecimento.
Referências:
LITWIN, Edith (org). Educação a Distância: Temas para Debate de uma Nova Agenda Educativa. Porto Alegre, Artmed, 2001.
MORAN, José Manuel. Contribuições Para Uma Pedagogia Da Educação On-Line. Texto publicado em: SILVA, Marco (org.). Educação online: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. São Paulo, Loyola, 2003.
NISKIER, Arnaldo. Educação a Distância: A Tecnologia da Esperança. São Paulo, Loyola, 1999.
PETERS, Otto. A educação a distância em transição. São Leopoldo – RS, Unisinos, 2003.